Um olhar coreano sobre a vida de Che Guevara
A pergunta é inevitável: como é que a história de Che Guevara foi parar na Coréia do Sul? O início do álbum em quadrinhos dá uma pista na forma de outra pergunta, feita pelos coreanos: quem é esse cara de barba e boina estampado em nossas camisetas e pôsteres? O encontro das duas questões tem como resposta Che - Uma Biografia (Conrad, R$ 23,50), que começa a ser vendida neste fim de semana (chega às grandes bancas na semana que vem).
Há uma preocupação didática no manhwa, nome como é conhecido o quadrinho coreano. Há até resumos dos principais momentos na virada de cada um dos capítulos. A proposta é explicar para a nova geração coreana quem foi Guevara, visto mais como um mito do que como um líder revolucionário. É a luta vivida por ele -e pela qual deu a vida- que o álbum quer mostrar.
Che, sabe-se, é uma figura polêmica. Há quem veja nele um assassino, há quem o tome como um mártir visionário. Narrar a trajetória dele é, acima de tudo, tomar um posicionamento político. O escritor e desenhista Kim Yong-Hwe, autor da obra, assume o ponto de vista de Che: Cuba e a luta armada são a salvação para os países latino-americanos; os Estados Unidos simbolizam o império capitalista que só visa o lucro.
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É nesse ponto que as quase 250 páginas da edição vão agradar uns, desagradar outros. Yong-Hwe o representa como uma pessoa humana e excessivamente preocupada com a miséria. É algo bem parecido com o que o diretor brasileiro Walter Salles fez em 2004 no filme Diários de Motocicleta, que narra a viagem que Che e o amigo Alberto Granado fizeram pela América Latina. Há uma curta seqüência dos dois -e da moto- no álbum, que vai muito além dos diários e da motocicleta.
As cartas de Che também estão presentes na obra. Algumas foram reproduzidas por Yong-Hwe. É visível o esforço de pesquisa feito por ele, por mais que tenha romanceado grande parte da trajetória de Guevara. A vida do militante está toda lá: o nascimento, na Argentina, as crises de asma, o diploma de médico, a passagem por Cuba e pela revolução que levou Fidel Castro ao poder (Fidel também foi humanizado), a execução na Bolívia, em 1967 (a mando do governo norte-americano).
Che - Uma Biografia cumpre exatamente aquilo a que se propõe: contar a história do líder revolucionário do ponto de vista dele. Há um verniz de manhwa, com rostos e bocas caricatos em vários momentos. Nada que comprometa. Coréia do Sul e Che conseguiram combinar.
Para registro: a indústria de quadrinhos coreana está num crescimento vertiginoso, fruto de investimentos do governo no setor. O Blog dos Quadrinhos noticiou o assunto quando antecipou o lançamento deste álbum sobre Che Guevara. A matéria está na postagem do dia 30 de outubro.
Há uma preocupação didática no manhwa, nome como é conhecido o quadrinho coreano. Há até resumos dos principais momentos na virada de cada um dos capítulos. A proposta é explicar para a nova geração coreana quem foi Guevara, visto mais como um mito do que como um líder revolucionário. É a luta vivida por ele -e pela qual deu a vida- que o álbum quer mostrar.
Che, sabe-se, é uma figura polêmica. Há quem veja nele um assassino, há quem o tome como um mártir visionário. Narrar a trajetória dele é, acima de tudo, tomar um posicionamento político. O escritor e desenhista Kim Yong-Hwe, autor da obra, assume o ponto de vista de Che: Cuba e a luta armada são a salvação para os países latino-americanos; os Estados Unidos simbolizam o império capitalista que só visa o lucro.
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É nesse ponto que as quase 250 páginas da edição vão agradar uns, desagradar outros. Yong-Hwe o representa como uma pessoa humana e excessivamente preocupada com a miséria. É algo bem parecido com o que o diretor brasileiro Walter Salles fez em 2004 no filme Diários de Motocicleta, que narra a viagem que Che e o amigo Alberto Granado fizeram pela América Latina. Há uma curta seqüência dos dois -e da moto- no álbum, que vai muito além dos diários e da motocicleta.
As cartas de Che também estão presentes na obra. Algumas foram reproduzidas por Yong-Hwe. É visível o esforço de pesquisa feito por ele, por mais que tenha romanceado grande parte da trajetória de Guevara. A vida do militante está toda lá: o nascimento, na Argentina, as crises de asma, o diploma de médico, a passagem por Cuba e pela revolução que levou Fidel Castro ao poder (Fidel também foi humanizado), a execução na Bolívia, em 1967 (a mando do governo norte-americano).
Che - Uma Biografia cumpre exatamente aquilo a que se propõe: contar a história do líder revolucionário do ponto de vista dele. Há um verniz de manhwa, com rostos e bocas caricatos em vários momentos. Nada que comprometa. Coréia do Sul e Che conseguiram combinar.
Para registro: a indústria de quadrinhos coreana está num crescimento vertiginoso, fruto de investimentos do governo no setor. O Blog dos Quadrinhos noticiou o assunto quando antecipou o lançamento deste álbum sobre Che Guevara. A matéria está na postagem do dia 30 de outubro.
Fonte: Blog dos Quadrinhos
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