Punisher: War Journal
Há três anos o Justiceiro não dá as caras pelo Universo Marvel. Desde a mudança de sua revista regular do selo Marvel Knights para o Max, com temática adulta, o personagem não interage mais com os super-heróis da editora. Só enfrenta mafiosos, escravagistas, traficantes e até criminosos de colarinho branco. Isso agora mudou, com o relançamento do título Punisher: War Journal, que fez sucesso entre 1992 e 1995. Nesta revista, escrita por Matt Fraction, com arte de Ariel Olivetti, o personagem retorna ao mundo dos collants coloridos. E já chega tendo que gastar muita munição: sua reestréia ocorre em plena Civil War, a guerra civil entre os heróis que dividiu o Universo Marvel em dois. O número 1 de Punisher: War Journal está nas mãos da HERÓI e demos uma conferida.
De imediato, a arte pintada de Ariel Olivetti impressiona. O Justiceiro está mais maçaranduba que na revista do selo Max, e também um pouco mais jovem. Como é sua volta ao mundo dos super-heróis, ele abandona o sobretudo e calças militares do gibi adulto e retoma as botas brancas da Xuxa. É difícil se acostumar com o velho visual após tanto tempo vendo o vigilante com uma roupa mais séria e realista. O texto de Matt Fraction também provoca estranhamento. Após anos sendo escrito por Garth Ennis, o Justiceiro ganhou uma "voz" própria do escritor irlandês, praticamente indissociável.
Na história, o Justiceiro esbarra com o Metalóide, clássico inimigo do Demolidor, e mete chumbo nele. O vilão estava trabalhando para a SHIELD, segundo a sanção do Ato de Registro de Super-Humanos - com o qual o Justiceiro discorda. O governo tem perdoado criminosos para usá-los na caçada dos super-heróis que não se registram, como o Capitão América. Assim, curiosamente, tanto o Justiceiro quanto o Capitão América ficam do mesmo lado na Civil War da Marvel.
A idéia é boa, especialmente o conflito de ideologias entre os dois personagens. O que é ruim em Punisher: War Journal é a criação de um novo "Microchip" para o Justiceiro: um personagem fera em tecnologia que, por inveja de Tony Stark, ajuda Frank Castle a tunar seu armamento para dar cabo de super-vilões. Tony Stark, vale esclarecer, está do outro lado da Civil War, apoiando o Ato de Registro de Super-Humanos e promovendo a captura de quem não aceita se registrar. Segundo Matt Fraction, não faz sentido que o Justiceiro enfrente oponentes como o Rino sem dar uma garibada no armamento. Ok, mas daí a reinventar a figura do parceiro nerd da tecnologia vai uma grande distância. Que pelo menos a contagem de corpos em collants em Punisher: War Journal seja bem alta para justificar essa idéia.
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