sexta-feira, agosto 04, 2006

Zack Snyder fala de 300 e critica roteiros de Watchmen

Zack Snyder

Zack Snyder (Madrugada dos mortos) está por cima. 300 e Watchmen, HQs de dois dos maiores quadrinhistas do último século, respectivamente, Frank Miller e Alan Moore, estão sendo adaptadas ao cinema com a sua assinatura. O diretor falou da responsabilidade.

Em entrevista ao Superhero Hype!, primeiro falou de 300, uma reinterpretação da batalha histórica das Termópilas, entre as três centenas de espartanos que tentaram barrar a invasão de milhares de persas em território grego. Snyder se propõe reproduzir fielmente o gibi, quadro a quadro. Trabalha nisso, segundo suas palavras, desde o dia 19 de março de 2004, quando Madrugada dos Mortos foi lançado e ele assumiu 300.

300"Eu sou um grande fã de Sin City, o filme. Mas penso e minha esperança é de que 300 tenha apelo a uma audiência maior. Sinto que meu pai pode ver o filme, acompanhar essa luta pela democracia, e sair falando 'Demais!', e depois eu posso assistir e sair urrando 'Oh yeah, tem garotas se beijando!", diz. Segundo Snyder, a estetização do filme não afastará a audiência. "Quando você assiste a algo emocionante, você só repara no estilo por uns cinco minutos. Aquele é um mundo, e se ele te prende, ele te prende."

Para o diretor, é importante o apoio que ele recebeu do estúdio Warner Bros. - especialmente porque adiante vem um desafio maior. "Eles querem que Watchmen fique sensacional. Eles já têm Superman e Batman... Seria muito cool se fizessem Watchmen. É basicamente encarar essas outras franquias de bilhões de dólares e perguntar, com Watchmen, 'O que tudo isso significa?'."

WatchmenTirar do papel a reflexiva obra escrita por Moore e desenhada por Dave Gibbons não é fácil. Cineastas mais gabaritados, como Terry Gilliam e Paul Greengrass, não conseguiram. Snyder acha que os roteiros até aqui adaptados por Alex Tse e David Hayter ainda não estão perfeitos. "Desde que me envolvi no filme, Alex entrou, o roteiro de Hayter ainda existe, mas, honestamente, ambos são 'versões' de Watchmen. Eles não pegam a essência. Ninguém decifrou ainda."

O que interessa na obra, segundo o diretor, é a parte textual, a filosofia, a ironia. "Sinto que todo mundo tenta resolver no roteiro 'como faço pra encaixar esse cara aqui?'. Eles estão pensando no mistério, na trama, e meu conceito é outro. É a filosofia do negócio. Não sei como vamos resolver isso. Estou realmente esperando algo próximo o suficiente do que eu quero, dai posso dizer 'Ok, posso fazer isso. Deixa eu colar uns troços aqui e fazer isso funcionar", assume.

"Não acho que Hollywood tenha idéia do que seja Watchmen. Eles acham que é um filme de super-herói. E não é. O que eles vão ter é um filme que examina todo o gênero." Snyder diz que acorda alguns dias achando que não dá pra adaptar Watchmen à telona. "Por outro lado, ainda acredito que você nunca vai conseguir tirar tudo da HQ, mas se a experiência do filme for similar à experiência do gibi, então as pessoas vão dizer 'Quero mais, vou ler Watchmen agora'."

Por enquanto, 300, atualmente em pós-produção, estréia em 16 de março de 2007, com uma censura alta nos EUA: "R" (proibido para menores de 17 anos desacompanhados) pelas cenas de nudez e violência.

Fonte: Omelete

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