segunda-feira, junho 26, 2006

Retorno de Superman gera detalhes sobre super-heróis gays


Brandon Routh é o protagonista de Superman - O Retorno




LOS ANGELES, Estados Unidos - De fantasia sexual homossexual a filho de Deus, tudo é válido no momento de buscar uma leitura para o novo Superman, o principal super-herói da cultura norte-americana, que voltará às telas neste fim de semana, nos Estados Unidos, depois de quase 20 anos de ausência. O filme invade as telonas brasileiras em 14 de julho.

"O Superman sempre foi uma história de amor, a mais romântica que jamais contei", afirmou à EFE o diretor Bryan Singer, responsável por Superman - O Retorno.

O diretor, que está próximo de completar 41 anos, foi o único capaz de dar uma nova vida ao "homem de aço", uma imagem que, apesar de sua popularidade, parecia moribunda devido aos US$ 350 milhões investidos nela nas últimas duas décadas.

No entanto, os retornos sempre são difíceis e a chegada do super-herói ao novo milênio está acompanhada de muitas leituras.

Enquanto Singer fala de um triângulo amoroso entre o Superman, Lois Lane e seu alter-ego humano, Clark Kent, com alguma outra complicação na nova trama, a revista The Advocate vê outro tipo de amor. "Quão gay é o Superman?", afirma a publicação dirigida ao público homossexual com uma sugestiva foto do novo herói, interpretado pelo desconhecido Brandon Routh, estampada em sua capa.

Nem a trama de Superman - O Retorno nem o artigo sugerem uma mudança nas preferências sexuais de Superman, mas o colunista Alonso Duralde comenta claramente o atrativo sexual desta nova era de super-heróis, em roupas de ginástica tão ajustadas quanto a moda.

O Superman não seria o primeiro super-herói a "sair do armário", depois que a Batwoman assumiu sua homossexualidade em uma nova vida nas revistas em quadrinhos, algo feito também por Colossus, dos X-Men.

As versões cinematográficas de Singer sobre os mutantes comandados pelo simpático professor Xavier também estão cheias de referências homossexuais. Nem tanto pelas preferências de seus personagens, mas muito pelo sentimento de pessoas diferentes, que tentam conviver com a normalidade.

Singer, homossexual assumido, prefere não entrar na polêmica e lembra que existem muitas diferenças entre os X-Men e o Superman.

"Os X-Men nasceram em plena revolução sexual e social nos anos 60, enquanto o Super-Homem nunca teve nada de político", assegura o diretor.

Se o herói, criado em 1938 por Jerry Siegel e Joe Shuster, pecou alguma vez durante todos estes anos, seu principal pecado foi ser patriótico, algo que também muda em Superman - O Retorno.

"Ele é o símbolo do herói americano, mas também é o maior representante dos imigrantes", afirma Singer sobre o filho do planeta Krypton, que chega à Terra depois da destruição de seu lar.

Como lembra o cineasta, este é, inclusive, um dos dilemas do "homem de aço": saber que é um estrangeiro em um mundo em que passa o dia salvando e saber que nunca poderá retornar à sua terra natal.

O altruísmo do Super-Homem leva a uma outra leitura entre os críticos de cinema antes que Superman - O Retorno finalmente entre em cartaz: o super-herói como o filho de Deus.

Apesar de controverso, o tema é mais do que claro para o crítico Richard Corliss, que dá ao seu artigo na revista Time, o título de Jesus Christ Superman (Jesus Cristo Super-Homem).

Um herói para todos os gostos é o que oferece Superman - O Retorno, pelo menos é o que parece deste filme que promete ser mais um sucesso de bilheteria da indústria americana.

Promete, mas ninguém ainda sabe se o sucesso esperado realmente acontecerá. Apesar de toda a tecnologia empregada nos efeitos especiais, ainda existem os que duvidam que o "homem de aço", com sua roupa vermelha e azul, conseguirá atrair o público masculino ao cinema.

O Super-Homem voltou, é verdade, mas seu retorno parece mais complicado do que o de 1978, quando se transformou na oitava maior bilheteria da história do cinema usando um simples argumento: "Vocês pensaram que ele consegue voar".

Fonte: Estadão


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